terça-feira, 9 de outubro de 2012

Afinal, devemos dormir quantas horas por dia?
Foto de jovem domindo

O sono é tão importante pra gente como é a comida e o oxigênio que respiramos. E o sono não é privilégio da espécie humana ou dos mamíferos. Comportamentos semelhantes ao sono podem ser observados em invertebrados, anfíbios, e algumas espécies de peixes e aves. A quota de sono diário é muito variada entre as diferentes espécies, chegando a 20 horas por dia entre os morcegos, até o curioso comportamento dos golfinhos que nunca dormem completamente: um lado do cérebro “dorme” do ponto de vista eletrofisiológico, e até fecham um dos olhos, enquanto o outro lado permanece em vigília permitindo que continuem nadando e navegando.

Das diversas funções atribuídas ao sono, as mais estudadas e legitimadas são a recuperação e conservação de energia, consolidação do que aprendemos durante o dia e processamento afetivo. Mas por que não foram desenvolvidos outros mecanismos cerebrais para fazer o papel do sono sem a necessidade de se perder o controle do ambiente que nos cerca. Do ponto de vista evolutivo, o sono pode até ser considerado um comportamento de risco, já que reduz a capacidade de regulação térmica do organismo e diminui também a capacidade de escapar de um predador. Entretanto, a natureza foi sábia e o sono evoluiu para uma seqüência de diferentes estados de profundidade, os estágios do sono, o que permite que ele cumpra seu importante papel fisiológico sem impedir nossa capacidade de detectar situações de risco ao nosso redor. Quando dormimos, não estamos em coma. Passamos apenas uns 20% do tempo de sono nos seus estágios mais profundos.

A imagem de nossos ancestrais dormindo em grupo, protegidos numa caverna e sob o calor do fogo, é uma forma de lembrarmos que para dormirmos bem precisamos perceber segurança. No mundo moderno, o que nos deixa inseguros não são animais selvagens, e é aí que o estresse entra em cena com um dos principais fatores associados a um sono ineficiente. A sensação de insegurança social ou material pode ser comparada a um predador que ronda nosso sono. Até o noticiário nas TVs não deixa de ser uma forma de ameaça.

Quando por tempo limitado, o estresse é um mecanismo fisiológico fundamental, pois ele nos permite estar mais aptos a enfrentar os desafios. É ele que nos ajuda a sentir menos a privação de sono quando precisamos dormir menos, como por exemplo, quando temos que terminar um trabalho com data marcada. E nisso o cérebro é razoavelmente flexível. Ele nos permite “dever“ um pouco de sono por alguns dias sem grandes prejuízos, mas 5 a 6 dias de dívida já são capazes de induzir alterações metabólicas e endócrinas que podem contribuir para o desenvolvimento de doenças como o diabetes, hipertensão arterial e obesidade. Isso sem falar na redução do desempenho cognitivo e maior risco de acidentes.

É fato que precisamos dormir muito menos do que o período em que o céu fica escuro, pelo menos aqui nos trópicos em que a relação noite / dia é mais equilibrada. O número ideal de horas de sono é aquele que faz com que a pessoa no outro dia sinta que dormiu o suficiente. Existe um senso comum que 8 horas de sono é o mais recomendável. Será? Existe um percentual pequeno de pessoas, que se sente bem com menos de 7 horas, também chamados de dormidores curtos. Há também os dormidores longos, aqueles que precisam de mais de 8 horas de sono. Porém, a grande maioria da população, incluindo os brasileiros, dorme entre 7 e 8 horas por noite. Dorme-se um pouco menos na 4ª e 5ª décadas de vida e um pouco mais na velhice e infância, e ainda há evidências de que o ritmo do mundo moderno tem-nos feito dormir menos. Moradores de São Paulo em 1987 dormiam uma média de 8 horas por noite, e em 1995, 7.7 horas. Sem a pressão do dia-a-dia das grandes cidades, talvez dormíssemos mais. Uma pesquisa conduzida na aldeia dos índios Terena no Mato Grosso do Sul mostrou que eles dormem em média 8.5 horas por noite, e um terço deles ainda fazem uma sesta após o almoço diariamente.

Vários estudos foram desenvolvidos nas últimas décadas tentando responder à pergunta de qual é o número ideal de horas de sono para nossa saúde. Alguns estudos populacionais inicialmente demonstraram que o hábito de dormir entre 7 e 8 horas por noite estava associado a uma menor mortalidade do que dormir menos de 7 horas ou dormir mais de 8 horas. O mais provocativo nos estudos iniciais foi que indivíduos que dormiam mais de 8 horas tinham menos longevidade do que aqueles que dormiam menos de 7 horas. E por que dormir mais poderia trazer prejuízo à saúde? A melhor hipótese para explicar esses resultados é a de que a relação causa-efeito não seja: dormir mais prejudica a saúde. Seria o contrário: indivíduos que dormem mais têm mais chance de ter problemas de saúde que os fazem ter esse comportamento. E os estudos mais recentes cada vez mais apontam que essa segunda hipótese seja a mais provável. Além disso, um grande estudo populacional americano publicado em 2007 (Estudo ATUS) foi ainda mais fundo ao mostrar que os indivíduos que dormiam menos de 7.5h dedicavam mais tempo ao lazer e atividades sociais e de relaxamento. Já aqueles que dormiam menos que 5.5h e mais que 8.5h passavam mais tempo em frente à TV.

Esse conjunto de evidências permite-nos dizer que dormir entre 7 e 8 horas por noite é um bom negócio para a maioria das pessoas. Vale lembrar que quantidade de sono deve vir acompanhada também de qualidade, e por isso devemos investir muito em nossa saúde psíquica e orgânica, pois nosso sono costuma mesmo reclamar quando não damos a devida atenção às nossas vidas. 


Fonte:
Dr. Ricardo Teixeira
Instituto do Cérebro de Brasília (ICB) - Convênio com o SIS
SHLS 716 - Centro Clínico Sul - Torre II - 2º Andar - Sala 207 • 61 3346-5383 — 3346-9102
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Imagem: http://www.emdieta.net/wp-content/uploads/2008/04/dormir.jpg

terça-feira, 11 de setembro de 2012



A importância do sono para aprendizagem




 

 A importância do sono para aprendizagem


Entre as razões que levam ao desempenho escolar insatisfatório, merece destaque a importância do sono para a aprendizagem qualidade e a quantidade do sono do aluno. No entanto, esse fator é raramente levado em consideração pela escola ou pelos pais. O assédio dos meios eletrônicos e televisivos, e a programação dos adultos que muitas vezes relega a segundo plano a prioridade das crianças, transformou o "dormir" em algo secundário.

Estudos científicos comprovam o que nossos avós já sabiam. O sono ajuda a consolidar a memória e é essencial para o bom desempenho acadêmico. Pessoas que não dormem bem têm, de fato, dificuldades de aprendizagem. No entanto, estudantes de diferentes faixas etárias são cronicamente privados de sono.

Pesquisas recentes apontam para consequências ainda mais assustadoras, decorrentes da privação do sono por períodos prolongados, indicando a ocorrência de perda neuronal e cognitiva. Isso se deve essencialmente à incapacidade de reparação cerebral, obtida somente com os períodos adequados de sono. A privação do sono afeta a produção de melatonina pela glândula pineal, causando distúrbios no ciclo circadiano das células e de toda a função metabólica, estabelecida por todo o imbricado aparato bioquímico e genético.

Os problemas mais comuns relatados pelos pais dizem respeito ao horário de dormir. Os jovens são resistentes à orientação de dormir cedo. Não têm disciplina em relação ao seu sono, dormem muito tarde e consequentemente acordam tarde também. Para enfrentar a questão a sugestão é a seguinte:

- estabelecer uma rotina de "desligamento", um verdadeiro ritual para as duas horas que antecedem o horário de dormir;

- estabelecer horário para dormir e para acordar e seguir à risca; o ritual deve ser mantido de forma consistente e persistente, a fim de que seja incorporado como um hábito;

- o quarto deve ser silencioso e escuro; de preferência, computadores e televisão não devem estar no quarto de dormir;

- estimular exercícios físicos durante o dia também ajuda.

Valde Tiziane Luna
Coordenadora Padagógica Escolar - Pesquisadora da Universidade de Brasília
A IMPORTÂNCIA DO SONO E AS PRINCIPAIS INTERFERÊNCIAS




É verdade que crescemos enquanto dormimos ?

Sim, é verdade. Na infância, cerca de 90% do hormônio do crescimento é liberado durante o sono. Crianças que dormem mal têm mais chances de ter problemas no seu desenvolvimento físico. O hormônio do crescimento continua sendo liberado mesmo na fase adulta. Embora em doses menores, isso continua ocorrendo durante o sono. Em pessoas adultas ele evita a flacidez muscular e garante vigor físico. 

Quais são as principais interferências ao sono?
As interferências ao sono poderiam ser classificadas em externas e orgânicas. Como exemplos de interferências externas poderíamos citar os trabalhos noturnos ou turnos rotativos, os eventuais problemas com fusos horários (em casos de viagens), as pessoas chamadas de corujas (que possuem mais energia ao entardecer!) e as chamadas de cotovias (deitam-se muito cedo e dormem cada vez menos com o passar do tempo!). Para exemplificar interferências orgânicas podemos citar o ronco, a apnéia (freqüentemente associada ao ronco), a insônia, a narcolepsia (sonolência diurna excessiva), o bruxismo (ranger de dentes) a síndrome das pernas inquietas e outras. O ronco e o bruxismo, geralmente, incomodam mais quem dorme nas proximidades do que quem apresenta o quadro clínico

www.abcdasaude.com.br/artigo.php?3047

SONO E RENDIMENTO ESCOLAR



Toda atividade intelectual requer descanso mental para que seja exercida de forma plena. O momento em que mais ocorre o sono REM é nas últimas horas de sono. Ou seja, a criança que dorme menos tempo do que deveria fica muito privada da principal fase do sono para o processo de aprendizado e memória. Além disso, devido à sonolência excessiva a criança não consegue fixar a atenção no professor ou na leitura. O resultado disso é a dificuldade em acompanhar os colegas, e o desempenho escolar cai. Frente às dificuldades das crianças e adolescentes em atender às demandas da escola, os pais e professores têm papel fundamental em perceber tais alterações e tomar as corretas decisões no sentido de melhorar o tempo e qualidade do sono. Nada de retaliações ou castigos. Muita conversa, controle da TV e do computador e certa dose de organização na vida doméstica. Muitas vezes está em discussão o ritmo de sono e vigília de toda a família, pois o que vemos na prática são famílias que, sem perceber, apenas transmitem aos filhos um padrão noturno que dificilmente permite um sono normal. São famílias que não têm refeições definidas no período noturno, não fazem as refeições à mesa, comem até muito tarde e diante da TV ou do computador, e são tão permissivas aos filhos quanto a si próprios em relação às necessidades do sono. A negligência a essa necessidade fisiológica é a regra.
Pesquisas revelam que até 40% das crianças e adolescentes são afetados pelos distúrbios do sono e suas consequências.

www.revistatotalsaude.com.br

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Mapa Conceitual



 Tem-se conhecimento da necessidade de oito horas diárias de sono  para o crescimento e desenvolvimento corporal.
A aprendizagem se desenvolve através de habilidades cognitivas que recebem diversas  interferências do meio em que o ser humano vive  e sua qualidade de vida, para qual   o sono desempenha papel significativo.





Sono e Aprendizagem

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A aprendizagem é uma atividade cognitiva, ocorre a partir da consolidação da memória e o sono tem importância fundamental nesse processo.
Compreender o fenômeno do sono em seus diversos aspectos é o procedimento científico para buscar soluções para seus distúrbios, visando alcançar um rendimento satisfatório nas atividades diárias. Na vida diária, o sono interfere no humor, na memória, na atenção, nos registros sensoriais, no raciocínio, enfim nos aspectos cognitivos que relacionam uma pessoa ao seu ambiente. Alterações no sono determinam má qualidade ao desempenho e interferem na saúde, às vezes, de forma muito grave.
A quantidade e a qualidade do sono se alteram com a idade. Quando há distúrbios, precisam ser reconhecidos para permitir o atendimento preventivo ou o tratamento precoce.
Sono e aprendizagem

Luiza Elena Leite Ribeiro do ValleI; Eduardo L. Ribeiro do ValleII; Rubens ReimãoIIIRev. psicopedag. vol.26 no.80 São Paulo  2009